quarta-feira, 15 de junho de 2016

Portugal quer ser o país das startups

O governo de Portugal lançou nesta semana um ambicioso pacote de incentivos que pretende transformar o país em uma espécie de Meca das startups e do empreendedorismo tecnológico.
Batizado de “Startup Portugal”, o programa inclui uma gorda dedução no imposto de renda —até 100 mil € (cerca de R$ 400 mil) escalonados em três anos— para quem investir nessas jovens empresas. 
Além disso, foi criada uma “bolsa startup” para incentivar o empreendedorismo de jovens até os 35 anos. O chamado startup voucher garante uma renda mensal de 691,70 € (aproximadamente R$ 2.766,8) para que os jovens empresários possam se dedicar inteiramente ao projeto durante sua fase inicial.
Segundo um comunicado do Ministério da Economia do país, a bolsa startup “é a melhor medida disponível para apoiar os jovens portugueses que emigraram e gostariam de regressar e empreender em Portugal”.
A saída em massa de jovens portugueses qualificados —são cerca de 100 mil por ano desde 2008— em busca de melhores opções profissionais é um dos grandes problemas que o país enfrenta, e a guinada em direção da tecnologia e do empreendedorismo é uma das grandes apostas do governo para reduzir ou reverter a evasão de cérebros.
O atual secretário da Indústria de Portugal, João Vasconcelos, é uma das referências europeias no cenário das startups e a alma por trás do plano nacional de incentivo. Segundo ele, seu país reúne todas as condições para estar na vanguarda da tecnologia.
“Somos muito competitivos em termos de custo. Portugal é muito atrativo para esse gênero de empresas porque a qualidade média do inglês é muito alta relativamente a outros países europeus. E porque somos também um país turístico, com voos low cost para todas as capitais europeias. Ou seja, você pode ter sua empresa aqui e ter seus clientes em Londres, em Paris, em Berlim”, enumera Vasconcelos.
O secretário, que estará no Brasil nesta semana para falar da experiência com as startups no evento “Experimenta Portugal”, organizado pelo Consulado de Portugal em São Paulo, diz ainda que a segurança e a estabilidade do país são outro ponto forte do país.
“Portugal é um dos países mais seguros do mundo, não temos guerra, terrorismo. E essa é uma questão muito importante quando alguém decide onde quer colocar o seu dinheiro”, avalia Vasconcelos.
Um dos principais objetivos do pacote de medidas das startups é também acabar com a mortalidade precoce das pequenas e médias empresas portuguesas. Para isso, estão previstas também o fomento às incubadoras de negócio e até um fundo de investimento do governo em empresas em estágios iniciais de desenvolvimento.
Há também uma boa notícia para os brasileiros. Está em estudo uma espécie de fila rápida para a concessão de vistos para funcionários estrangeiros para essas empresas de tecnologia.